GAITISTAS CLÁSSICOS – BIG WALTER HORTON

Novembro 2, 2018Novembro 2, 2018 por Gigo Blues

GAITISTAS CLÁSSICOS – BIG WALTER HORTON

Olá, não sou o Gigo Blues, mas já ouvi muito esse cara em casa.

Nosso astro de hoje não é exatamente popular. É até um pouco tímido, nunca teve a intenção de ser um “leader band” (líder band), o que tirou dele uma certa parcela de fama e prestígio. O prestígio ficou todo concentrado no seu som mesmo. Por ele foi possível costurar lindas parcerias, tornou-se ícone de um movimento dentro do blues (o Chicago Blues), fez até parte de um filme usando de uma forma bem caricata a visão do chamado bluesman. Veja essa participação no filme Os irmãos cara de pau nesse link https://www.youtube.com/watch?v=8fRlgmeSe2M (esse filme também vale muito a pena…. a postura dos dois no meio do povão, é demais).

Mas eu quero falar um pouco de como o som da sua gaita prende o espectador. Com o perdão de vocês; por não ser musicista vou usar uma tradução livre aqui e agradeço muito a quem quiser colaborar.

Diz-se que não há gaitista com o grande tom de Horton e seu senso de tempo espaçoso. Ele definiu a moderna harmônica amplificada de Chicago com sua gaita de backup e virtuosos solos em grandes gravações de blues. Era característico dele a nota única com uma linha de baixo ambulante (geralmente com um tom profundo e seleção de notas insuperáveis). Fez também algumas músicas inteiras na gaita como La Cucaracha, que veremos abaixo.

Shakey (como também era chamado) nasceu em Horn Lake, em 6 de abril de 1917, mas logo foi morar em Memphis.

Aprendeu a tocar harmônica com cinco anos de idade e entrou com o pé direito na profissão no fim dos anos 20 quando gravou com o Memphis Jug Band. Foi para Chicago no fim dos anos 40 e dizem que foi o primeiro a tocar a gaita amplificada. Voltou outras vezes para Memphis e nessas idas e vindas deu aulas a Sonny Boy Williansom (Rice Miller), de quem já falamos aqui no blog.

Em 1953 mudou-se pra Chicago de vez e foi substituir Junior Wells (que foi convocado para o serviço militar) na banda de Muddy Waters!

A partir daí enturmou-se com a turma de Chicago…. tocou com Johnny Shines, Jimmy Rogers, Otis Rush, Tampa Red, Big Mama Thornton, Robert Nighthawk, Johnny Young e Howlin ‘Wolf.

Na década de 70 tocava em clubes de blues, gravava em estúdios e começava a aparecer em festivais. Foi aí que conheceu Willie Dixon, uma amizade que duraria cerca de 20 anos. Willie costumava dizer que Horton foi o melhor tocador de gaita de blues do mundo!

Skip It

Faleceu em Chicago em 8 de dezembro de 1981 e foi introduzido no Hall of Fame da Blues Foundation em 1982.

E antes de acabar…. eu tinha escolhido algumas músicas que eu gostei, selecionado umas famosas….. tudo só pra ilustrar sabe, daí ficou um monte! Achei melhor copiar mesmo algo das minhas leituras que fala dessa, daquela e daquela outra…. vai ser mais legal, garantido!

“A gravação de “Easy” com o guitarrista Jimmy DeBerry (gravado por Sam Phillips, da Sun Records, no início dos anos 50) é um instrumental de gaita que permanece incomparável por seu poder absoluto. Para um excelente exemplo de Big Walter jogando por trás de Muddy Waters (e solo), tente o corte “Mad Love (Eu quero que você me ame)”, que foi gravado em 1953. Walter também toca no clássico Jimmy Rogers “Walking by Myself , “na música Otis Rush ” Eu não posso desistir de você Baby “, e muitos outros. Veja também o excelente álbum de Walter on the Flyright, Johnny Shines e Robert Lockwood , Joe Hill Louis: O Be-bop Boy na Bear Family, Memphis Harmonica 1951-1954 na Sun, e The Blues Came Down de Memphis on Charly. Este último álbum contém o incrível instrumental, “Easy”.

Faça questão de ouvir algumas músicas do Big Walter cantando como “Need My Baby”, “Everybody’s Fishin ‘” e “Have a Good Time”. Eles são inestimáveis. Sua gravação original de “Hard Hearted Woman” no álbum Chicago Blues – o início dos anos 50 (Blues Classics) nunca deixa de levantar o cabelo na parte de trás do meu pescoço. Seu primeiro disco difícil de encontrar para Chess, The Soul of Blues Harmonica , também merece ser ouvido, embora não seja definitivo.

Mas se você quiser ouvir Walter no seu melhor, pegue o CD Vanguard Chicago / The Blues / Today !, Volume 3 e ouça a música que Walter estabelece. Tanto como gaita de backup e em solos, isso não é apenas clássico Big Walter , mas Chicago blues no seu melhor – a não perder. A música deste álbum é incrível – a gaita de backup contrapontística de Horton parece flutuar no fundo, caminhando sempre, alongando e abrindo o tempo. E o gosto de Horton em notas e profundidade de tom é incomparável na história da harmônica amplificada de Chicago.”